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O Medium, seus minutos e alguns dólares

Soluções digitais para instituições e marketing político.

O Medium, seus minutos e alguns dólares

Fazer dinheiro com conteúdo é uma roda que já foi inventada

Para entrar dinheiro num bolso, ele precisa sair de outro. Exceto caridade, os negócios funcionam assim. Das empresas às famílias, não importa em que parte do mundo estejamos, o jogo é o mesmo. O valor virtual representado por papéis e moedas algumas vezes parece subjetivo. Por vezes, uma loucura humana. Até você precisar comprar algo para abastecer sua casa.

Na primeira semana de janeiro 2017, Ev Williams, fundador do Medium (e do Twitter), trouxe à tona uma das questões mais debatidas por quem produz conteúdo. A pergunta é tão simples quanto objetiva: quem pagará a conta? Williams conta que apesar da base de usuários ter aumentado cerca de 300% em 2016, ele teve de reduzir em 1/3 da equipe do Medium. Com franqueza, deixou clara a resposta da pergunta anterior: a conta não está fechando.

Dos dólares aos centavos

Tive a oportunidade de co-criar um blog de nicho no auge da época dos blogs brasileiros (2009–2011). Nossa média era de 100.000 usuárias únicas mensais, com uns meses de 130 mil de pico. Hoje tenho a noção que a audiência era modesta comparada aos grandes blogs e portais. Mas naquela época, tudo ainda era “mato”. Tinha muita gente para pouco conteúdo. Era possível ganhar alguns trocados com os AdSenses do Google (pagos em dólar) e as redes de anúncios, como o Bolsa de Mulher (que nem existe mais). Alguns meses, quando os trocados chegavam a 4 dígitos, a gente até começava a vislumbrar o “grande” futuro daquilo. Logo as marcas apareceram para negociar diretamente, pagando alguns 3 dígitos por banner.

Porém, a cada banner que eu vendia, o sentimento de “não vai dar em nada” aumentava. Os cliques que eles recebiam eram poucos, quiçá irrisórios. Mesmo assim, o anunciante juvenil curtia ver a marca dele no blog bombado do momento. Os mais maduros, já vinham na pressão dos chamados ‘publieditoriais’, também conhecidos como posts pagos. E nesse meio do caminho, alguns blogs se equivocaram. Rolou polêmica, rolou malandragem, era tabu. Bobagem. Hoje os youtubers fazem a mesma coisa e dizem que estão vendendo porque acreditam no produto. Verdade. A postura mais coerente entre os seres humanos desde que o mundo é mundo.

Desde que comecei a trabalhar, a questão é a mesma. Parece que estamos discutindo num looping eterno. Tem vezes que quando leio algum texto escrito “um novo paradigma”, eu já leio “uma nova pegadinha”. Não é para menos, a roda já está girando há muito tempo para criarmos outra. Temos que aprender a voar.

Nesse antigo blog, houve um momento em que alguns marketplaces, também conhecidos como lojas online, começaram a aparecer mais fortemente no cenário brasileiro propondo parcerias. Aliás, algo que acontece há muito tempo no mundo real (revendedoras Avon, Jequiti), cuja relação consiste em ambas as partes ganhando uma parcela determinada na venda. Quem partiu por esse caminho e aprendeu a vender, se deu melhor.

Ganhe dinheiro produzindo conteúdo para internet

 

O jogo dos 4ps mudou, mas os jogadores continuam os mesmos

Como falei lá na primeira frase, para o dinheiro entrar num bolso, ele precisa sair de outro. As formas de sair não sofreram nenhum tipo de mutação em todos esses anos. Produtor, Plataforma, Patrocinador e Público continuam os mesmos.

As últimas inovações no negócio do conteúdo não foram inventadas agora, apenas se agilizaram no meio digital. Netflix e seus concorrentes só conseguiram eliminar o tão “odiado” patrocinador porque passaram a conta para a mão do público. Só! O mistério é fazer a roda funcionar no estado da arte. Mas a fórmula funciona em Hollywood há tempos. Público paga pelo conteúdo exibido na plataforma que é um suporte para o produtor.

Porém, uma vez que público não paga, como acontece no Medium, não tem jeito. Patrocinadores precisam entrar em cena. E nesse caso, quem terá que vir com sangue nos olhos em direção à mudança somos nós, os produtores.

Soluções: mais responsabilidade, menos acaso

Umas das possíveis soluções que o Ev Williams pode implementar é a “cartela de patrocinadores”. Com uma valorização cada vez maior do autor como influenciador, todos aqueles que desejassem ter seus posts patrocinados, ao invés de ver uma propaganda, seja no meio ou no final de seus posts, vinda de um patrocinador qualquer, poderiam (e deveriam) ter a responsabilidade de escolher aqueles que mais tem a ver com o que ele acreditasse, seus valores e afinidades com conteúdo produzido.

O modelo, mais uma vez, é uma repetição. Mas se o desejo é romper com o tradicional, porque não dividir responsabilidades sobre o que é vendido com os produtores, plataformas e patrocinadores?

Infelizmente, nem todos que produzem conteúdo tem a pegada de vendedor no sangue. Eu também não tinha, e ainda estudo muito pra chegar no ponto perfeito. Mas como estamos vendo, o jogo mudou. Produtores precisam cada vez mais estar no controle com plataforma e patrocinadores. Como é um jogo de reputações, isso nos obriga a trazer mais verdade para o processo. E no final, é o público o maior vitorioso desse novo momento que pode estar por vir.

Aproveite para ver os vídeos também.

Fazer dinheiro com conteúdo é uma roda que já foi inventada

Para entrar dinheiro num bolso, ele precisa sair de outro. Exceto caridade, os negócios funcionam assim. Das empresas às famílias, não importa em que parte do mundo estejamos, o jogo é o mesmo. O valor virtual representado por papéis e moedas algumas vezes parece subjetivo. Por vezes, uma loucura humana. Até você precisar comprar algo para abastecer sua casa.

Na primeira semana de janeiro 2017, Ev Williams, fundador do Medium (e do Twitter), trouxe à tona uma das questões mais debatidas por quem produz conteúdo. A pergunta é tão simples quanto objetiva: quem pagará a conta? Williams conta que apesar da base de usuários ter aumentado cerca de 300% em 2016, ele teve de reduzir em 1/3 da equipe do Medium. Com franqueza, deixou clara a resposta da pergunta anterior: a conta não está fechando.

Dos dólares aos centavos

Tive a oportunidade de co-criar um blog de nicho no auge da época dos blogs brasileiros (2009–2011). Nossa média era de 100.000 usuárias únicas mensais, com uns meses de 130 mil de pico. Hoje tenho a noção que a audiência era modesta comparada aos grandes blogs e portais. Mas naquela época, tudo ainda era “mato”. Tinha muita gente para pouco conteúdo. Era possível ganhar alguns trocados com os AdSenses do Google (pagos em dólar) e as redes de anúncios, como o Bolsa de Mulher (que nem existe mais). Alguns meses, quando os trocados chegavam a 4 dígitos, a gente até começava a vislumbrar o “grande” futuro daquilo. Logo as marcas apareceram para negociar diretamente, pagando alguns 3 dígitos por banner.

Porém, a cada banner que eu vendia, o sentimento de “não vai dar em nada” aumentava. Os cliques que eles recebiam eram poucos, quiçá irrisórios. Mesmo assim, o anunciante juvenil curtia ver a marca dele no blog bombado do momento. Os mais maduros, já vinham na pressão dos chamados ‘publieditoriais’, também conhecidos como posts pagos. E nesse meio do caminho, alguns blogs se equivocaram. Rolou polêmica, rolou malandragem, era tabu. Bobagem. Hoje os youtubers fazem a mesma coisa e dizem que estão vendendo porque acreditam no produto. Verdade. A postura mais coerente entre os seres humanos desde que o mundo é mundo.

Desde que comecei a trabalhar, a questão é a mesma. Parece que estamos discutindo num looping eterno. Tem vezes que quando leio algum texto escrito “um novo paradigma”, eu já leio “uma nova pegadinha”. Não é para menos, a roda já está girando há muito tempo para criarmos outra. Temos que aprender a voar.

Nesse antigo blog, houve um momento em que alguns marketplaces, também conhecidos como lojas online, começaram a aparecer mais fortemente no cenário brasileiro propondo parcerias. Aliás, algo que acontece há muito tempo no mundo real (revendedoras Avon, Jequiti), cuja relação consiste em ambas as partes ganhando uma parcela determinada na venda. Quem partiu por esse caminho e aprendeu a vender, se deu melhor.

Ganhe dinheiro produzindo conteúdo para internet

 

O jogo dos 4ps mudou, mas os jogadores continuam os mesmos

Como falei lá na primeira frase, para o dinheiro entrar num bolso, ele precisa sair de outro. As formas de sair não sofreram nenhum tipo de mutação em todos esses anos. Produtor, Plataforma, Patrocinador e Público continuam os mesmos.

As últimas inovações no negócio do conteúdo não foram inventadas agora, apenas se agilizaram no meio digital. Netflix e seus concorrentes só conseguiram eliminar o tão “odiado” patrocinador porque passaram a conta para a mão do público. Só! O mistério é fazer a roda funcionar no estado da arte. Mas a fórmula funciona em Hollywood há tempos. Público paga pelo conteúdo exibido na plataforma que é um suporte para o produtor.

Porém, uma vez que público não paga, como acontece no Medium, não tem jeito. Patrocinadores precisam entrar em cena. E nesse caso, quem terá que vir com sangue nos olhos em direção à mudança somos nós, os produtores.

Soluções: mais responsabilidade, menos acaso

Umas das possíveis soluções que o Ev Williams pode implementar é a “cartela de patrocinadores”. Com uma valorização cada vez maior do autor como influenciador, todos aqueles que desejassem ter seus posts patrocinados, ao invés de ver uma propaganda, seja no meio ou no final de seus posts, vinda de um patrocinador qualquer, poderiam (e deveriam) ter a responsabilidade de escolher aqueles que mais tem a ver com o que ele acreditasse, seus valores e afinidades com conteúdo produzido.

O modelo, mais uma vez, é uma repetição. Mas se o desejo é romper com o tradicional, porque não dividir responsabilidades sobre o que é vendido com os produtores, plataformas e patrocinadores?

Infelizmente, nem todos que produzem conteúdo tem a pegada de vendedor no sangue. Eu também não tinha, e ainda estudo muito pra chegar no ponto perfeito. Mas como estamos vendo, o jogo mudou. Produtores precisam cada vez mais estar no controle com plataforma e patrocinadores. Como é um jogo de reputações, isso nos obriga a trazer mais verdade para o processo. E no final, é o público o maior vitorioso desse novo momento que pode estar por vir.