Sim, eu sempre quis ter uma rádio.
Busco isso desde moleque. Com um avô técnico em eletrônica, passei parte da infância vendo-o consertar muitas televisões e rádios. Nesse interím, uma vez me deparei com um esquema de “rádio-transmissor”. Era de curto alcance, que chegava a um quilômetro no máximo, mas o suficiente para comunicar para quem estivesse ao redor. Com muita insistência, lá fomos nós montar o bendito transmissor.
De cara, comecei a perceber que o troço era complexo. Durante alguns dias na oficina, onde ficávamos testando os transistores, bobinas, fontes… e no final de 3 tentativas frustadas, ele não funcionou. Acho que ali foi o primeiro momento que pensei no quanto era difícil ter uma rádio. E olha que nem estamos falando de concessões. Conteúdo? Para mim, isso não era o que menos importava. Dominar o modo de produção das ondas sonoras era o desafio.
O tempo foi passando e, pouco depois dessa época, a web já era uma realidade. Aos 17, para promover meus “xurras”, já lançava mão de um site. Na raça, editando um “htmlzinho” safado, fiz meu primeiro projeto web de “sucesso”. E qual a fórmula básica? Humor. Postava as fotos da galera e fazia os comentários bizarros. Tipo comentário em foto do amigo… só que em uma época pré redes sociais. Na escola, alguns diziam que gente de outros colégios viam a página e riam de piadas que, como eram genéricas, não ficavam internas. No início de 2013, 10 anos depois, reli e senti muita vergonha alheia de mim mesmo (sim, isso é possível). Como o site estava no famigerado serviço “zip.net”, da globo.com, não está mais disponível. Sorte minha!
Muita coisa aconteceu. Depois de quase 20 anos, com muita ralação e quebração de cabeça, criei alguns micro-canais de comunicação. Olhando para trás, percebo que tudo foi fruto da vontade e curiosidade de uma criança que queria falar para muita gente. Hoje a minha rádio hoje chama-se SIM São Gonçalo. Só que com muito mais canais que uma rádio pode comportar.