Dizem que viagem muda a cabeça da gente. Mas, por enquanto, só estou confirmando todos os estudos anteriores. Continuo como o Anton Ego, o crítico do Ratatouille, que no filme, olha para o Mini-Chef e diz: “Surpreenda-me!”
Sim, as pessoas são diferentes, porém iguais. Depois de um tempo, as línguas viram um blábláblá só. Você lê o tom das vozes, os gestos, o jogo corporal. Bebês e crianças são prova reais. Agem da mesma forma em todos os lugares. Ainda não entenderam o “jogo” local. Aliás, isso nos lembra os jesuítas ensinando português às crianças indígenas. Sim, educação é poder.
Uma cena em particular me chamou atenção. Uma noite em Paris, numa área mais “uhull” da cidade, uma “mãe” sentava ao chão com suas 3 filhas. Sim, três. Loirinhas, bonitinhas, do tipo que se fosse no Rio ninguém ia dizer que eram pedintes. Observando a cena, eis que pára uma mulher, seu marido e sua filha. A mulher fala em português: “Ai, que dó, pega 5 euros aqui.” Se abaixa, dá a nota para a mulher e afaga as crianças. Sim, brasileira.
Educação dos mais instruídos e mais fudidos
Numa semana que os professores se esforçam para serem ouvidos, fico de longe, pensando até onde vai a esperança deles. Se a classe média, inspirada na mais abastada, ainda sonha em viver como em Paris e Nova Iorque, e a “nova classe média” quer ser a “velha classe média” para, um dia, depois de pagar as contas do seu celular comprado em 12 vezes, ir à Paris ou Nova Iorque, pra falar aquelas velhas frases de que “são cidades maravilhosas para comer e comprar”, fica a pergunta: quem sobra?
Sobram os dois extremos: os mais instruídos e os fudidos.
É foda, parceiro! Mas durante um bom tempo ainda vamos continuar achando legal ajudar fudido em Paris ou Nova Iorque. Afinal, eles falam francês e inglês, né!?
Educação domina. Os jesuítas sabiam o que estavam fazendo.
Sobre a minha cabeça, talvez só o oriente me reoriente.