back to top
Sobre

Labs

Blog

Trabalho

Bené de Cidade de Deus pelos olhos de Ailton Batata

A história do carismático Bené, pelos olhos de quem conviveu com ele

Soluções digitais para instituições e marketing político.

Bené de Cidade de Deus pelos olhos de Ailton Batata

A história do carismático Bené, pelos olhos de quem conviveu com ele

- Anúncios -
- Anúncios -
- Anúncios -
- Anúncios -

Desde que escrevi o primeiro post sobre os estilos de liderança dos personagens do filme lançado em 2002, por Fernando Meirelles e Kátia Lund, nenhum deles chamou mais a atenção do que o Bené de Cidade de Deus. Talvez por seu estilo diferente, mais “Playboy” e menos “bandido”, o interesse por esse personagem se mantenha intacto. E isso acontece ainda hoje, quase 20 anos após o lançamento dessa obra, um dos maiores sucessos da sétima arte brasileira.

Fui atrás da história real no livro de Alba Zaluar e Luiz Alberto Pinheiro de Freitas, o “Cidade de Deus – a história de Ailton Batata, o sobrevivente“. A Zaluar, em especial, foi orientadora do Paulo Lins, autor do livro “Cidade de Deus”, quando a esta obra especificamente ainda era apenas uma tese na Universidade. E mergulhando no livro, chegamos a história dele, o carismático Bené.

Bené (Michel de Souza Gomes) e Dadinho (Douglas Silva) na cena que vira a história do filme Cidade de Deus adiante, mostrando a parceria da dupla.

Bené de Cidade de Deus e sua breve vida

No livro, os relatos de Ailton Batata são a parte mais interessante. Segundo ele, Bené e Zé Pequeno eram amigos de infância. E a parte que retrata a infância de ambos é verídica. Eles se juntavam para dar pequenos golpes e roubos na cidade. Entretanto, mesmo com essa infância turbulenta, Bené tentou trabalhar dignamente. Conseguiu um emprego na Padaria Del Rey durante um tempo, mas logo depois deixou o trabalho, mergulhando nas atividades ilícitas.

Ailton conta que Bené gostava bastante de mulher, praia e Zona Sul. Talvez por isso, tenha conhecido “Mosca”, sua companheira. Ela roubava bastante e, com a grana, comprava muita cocaína. Junto com Bené, a dupla revendia os papelotes da droga por toda a Zona Sul, faturando alto com isso. Um negócio sem confrontos diretos com polícia, nem traficantes rivais.

Aliás, Ailton também esclarece que Bené não curtia andar armado, ao contrário do que aparece no filme. Diz também que ele não gostava de boca de fumo, nem da “vagabundagem” (bandidos) e estava sempre de boa. Isso aconteceu por volta do final da década de 70, entre 77 e 78.

Entretanto, sua amizade com Zé Pequeno fez com que os dois se reaproximassem. E isso custou a vida de Bené.

Bené (Jonathan Haagensen) e Zé Pequeno (Leandro Firmino) em mais uma das cenas clássicas de Cidade de Deus (2002).
Bené (Jonathan Haagensen) e Zé Pequeno (Leandro Firmino) em mais uma das cenas clássicas de Cidade de Deus (2002).

Uma bala na direção errada: a morte de Bené

Bené morreu no Carnaval. Batata conta que, nessa época, saiam ônibus da Cidade de Deus em direção à praia, pois os blocos promoviam um “banho à fantasia”, com muitos fantasiados com papel crepom.

Mas na ida, um cara chamado Jairo, também estava no ônibus. Esse cidadão tinha cometido um feminicídio. Matou sua esposa com requintes de crueldade extrema e a largou no mato, numa situação deplorável, contada no livro. Zé Pequeno, Bené e os bandidos do grupo, ao saberem disso, não o perdoaram. Machucaram o cara de tanto que bateram e o largaram no asfalto.

Nesse ponto, a história se cruza com a ficção. No filme, o personagem “Neguinho”, o mesmo que ouve a famosa frase “Quem falou que a boca é tua?”, volta para acertar contas com Zé Pequeno, erra o tiro e acerta Bené. Mas na história real, o assassino é esse Jairo.

Dadinho se afirma como Zé Pequeno e toma a boca do Neguinho, no filme Cidade de Deus (2002).
Dadinho (Leandro Firmino) se afirma como Zé Pequeno e toma a boca do Neguinho, no filme Cidade de Deus (2002).

Na volta do grupo para a Cidade de Deus, Jairo arruma uma arma e se prepara, sabendo que Zé Pequeno iria caçá-lo na favela. Quando Zé e Bené iam chegando, o cara atirou em um, mas errou o tiro. Resultado: Bené morre.

Ailton confirma a fama de querido do Bené de Cidade de Deus. Até ele próprio teria se beneficiado das “bondades” de Bené, que curtia presentear os outros com os roubos que a esposa, Mosca, fazia constantemente.

O exemplo de Bené é mais um capítulo de histórias que ouvimos todos os dias sobre entrada no tráfico de drogas no Rio de Janeiro. E a certeza que fica é que, por mais que os filmes floreiem bastante as histórias ficcionais, os finais são quase sempre similares às vidas reais.

- Anúncios -

Você também vai gostar:

17 Comentários

  1. Mim tira uma duvida realmente existiu o trio ternura e que ze pequeno matou mesmo o marreco? que cabeleira era realmente Irmao do bene??
    E ze galinha realmente foi morto pelo um garoto q vigou a morte do pai..

O que você acha? Comente.

Insira seu comentário aqui.
Por favor, entre com seu nome.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Aproveite para ver os vídeos também.
- Anúncio -
- Advertisement -

Desde que escrevi o primeiro post sobre os estilos de liderança dos personagens do filme lançado em 2002, por Fernando Meirelles e Kátia Lund, nenhum deles chamou mais a atenção do que o Bené de Cidade de Deus. Talvez por seu estilo diferente, mais “Playboy” e menos “bandido”, o interesse por esse personagem se mantenha intacto. E isso acontece ainda hoje, quase 20 anos após o lançamento dessa obra, um dos maiores sucessos da sétima arte brasileira.

Fui atrás da história real no livro de Alba Zaluar e Luiz Alberto Pinheiro de Freitas, o “Cidade de Deus – a história de Ailton Batata, o sobrevivente“. A Zaluar, em especial, foi orientadora do Paulo Lins, autor do livro “Cidade de Deus”, quando a esta obra especificamente ainda era apenas uma tese na Universidade. E mergulhando no livro, chegamos a história dele, o carismático Bené.

Bené (Michel de Souza Gomes) e Dadinho (Douglas Silva) na cena que vira a história do filme Cidade de Deus adiante, mostrando a parceria da dupla.

Bené de Cidade de Deus e sua breve vida

No livro, os relatos de Ailton Batata são a parte mais interessante. Segundo ele, Bené e Zé Pequeno eram amigos de infância. E a parte que retrata a infância de ambos é verídica. Eles se juntavam para dar pequenos golpes e roubos na cidade. Entretanto, mesmo com essa infância turbulenta, Bené tentou trabalhar dignamente. Conseguiu um emprego na Padaria Del Rey durante um tempo, mas logo depois deixou o trabalho, mergulhando nas atividades ilícitas.

Ailton conta que Bené gostava bastante de mulher, praia e Zona Sul. Talvez por isso, tenha conhecido “Mosca”, sua companheira. Ela roubava bastante e, com a grana, comprava muita cocaína. Junto com Bené, a dupla revendia os papelotes da droga por toda a Zona Sul, faturando alto com isso. Um negócio sem confrontos diretos com polícia, nem traficantes rivais.

Aliás, Ailton também esclarece que Bené não curtia andar armado, ao contrário do que aparece no filme. Diz também que ele não gostava de boca de fumo, nem da “vagabundagem” (bandidos) e estava sempre de boa. Isso aconteceu por volta do final da década de 70, entre 77 e 78.

Entretanto, sua amizade com Zé Pequeno fez com que os dois se reaproximassem. E isso custou a vida de Bené.

Bené (Jonathan Haagensen) e Zé Pequeno (Leandro Firmino) em mais uma das cenas clássicas de Cidade de Deus (2002).
Bené (Jonathan Haagensen) e Zé Pequeno (Leandro Firmino) em mais uma das cenas clássicas de Cidade de Deus (2002).

Uma bala na direção errada: a morte de Bené

Bené morreu no Carnaval. Batata conta que, nessa época, saiam ônibus da Cidade de Deus em direção à praia, pois os blocos promoviam um “banho à fantasia”, com muitos fantasiados com papel crepom.

Mas na ida, um cara chamado Jairo, também estava no ônibus. Esse cidadão tinha cometido um feminicídio. Matou sua esposa com requintes de crueldade extrema e a largou no mato, numa situação deplorável, contada no livro. Zé Pequeno, Bené e os bandidos do grupo, ao saberem disso, não o perdoaram. Machucaram o cara de tanto que bateram e o largaram no asfalto.

Nesse ponto, a história se cruza com a ficção. No filme, o personagem “Neguinho”, o mesmo que ouve a famosa frase “Quem falou que a boca é tua?”, volta para acertar contas com Zé Pequeno, erra o tiro e acerta Bené. Mas na história real, o assassino é esse Jairo.

Dadinho se afirma como Zé Pequeno e toma a boca do Neguinho, no filme Cidade de Deus (2002).
Dadinho (Leandro Firmino) se afirma como Zé Pequeno e toma a boca do Neguinho, no filme Cidade de Deus (2002).

Na volta do grupo para a Cidade de Deus, Jairo arruma uma arma e se prepara, sabendo que Zé Pequeno iria caçá-lo na favela. Quando Zé e Bené iam chegando, o cara atirou em um, mas errou o tiro. Resultado: Bené morre.

Ailton confirma a fama de querido do Bené de Cidade de Deus. Até ele próprio teria se beneficiado das “bondades” de Bené, que curtia presentear os outros com os roubos que a esposa, Mosca, fazia constantemente.

O exemplo de Bené é mais um capítulo de histórias que ouvimos todos os dias sobre entrada no tráfico de drogas no Rio de Janeiro. E a certeza que fica é que, por mais que os filmes floreiem bastante as histórias ficcionais, os finais são quase sempre similares às vidas reais.

- Anúncio -

17 Comentários

  1. Mim tira uma duvida realmente existiu o trio ternura e que ze pequeno matou mesmo o marreco? que cabeleira era realmente Irmao do bene??
    E ze galinha realmente foi morto pelo um garoto q vigou a morte do pai..

O que você acha? Comente.

Insira seu comentário aqui.
Por favor, entre com seu nome.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.