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Dinâmica dos fluidos políticos no Rio de Janeiro : as origens gaúchas – Parte 1

Soluções digitais para instituições e marketing político.

Dinâmica dos fluidos políticos no Rio de Janeiro : as origens gaúchas – Parte 1

Você acredita que o Gabeira poderia ter ganho eleições majoritárias no Rio? E o Marcelo Freixo? Depois de algum tempo ligando os pontos, resolvi por tudo escrito para ver se essa minha percepção de que no Rio “o poder muda de mão mas não muda de lugar” faz o mínimo sentido.

Seu Gegê, do Rio para o Rio

Era uma vez uma cidadezinha chamada São Borja. Situada no sul do Brasil, ela é “quase argentina”. Fica ali, no extremo oeste do Rio Grande do Sul. Terra boa! Foi lá que nasceu Getúlio Vargas. O Seu Gegê.

Em 1894, o Brasil começou um jogo onde só havia dois jogadores: mineiros e paulistas. Eles eram os donos da bola. Seu Gegê olhava tudo aquilo meio bolado. Tinha um acordo verbal que ninguém podia mexer lá no sul. Mas nunca se sabe, né.

Dinâmica dos fluidos políticos no Rio de Janeiro : as origens gaúchas – Parte 1
Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha (em pé) rumo à capital Rio de Janeiro.

Um belo dia, a bola furou. Os paulistas começaram um novo jogo, só que agora sozinhos. Os mineiros ficaram bem putos! “E agora, o que fazer?” É nessa hora que Seu Gegê entra em ação! Ele, que já era presidente do Rio Grande do Sul, agora seria apoiado pelos mineiros para ser candidato a presidente do Brasil.

Mas… ponto pros paulistas! Julinho eleito presidente. Seu Gegê não conseguiu. Mais do que nunca, o jogo tinha virado. Aquele velho acordo agora corria perigo. Os paulistas não eram bobos, viria retaliação por aí.

Logo após as eleições, um novo trelelê se formava no Brasil. Parceiro de Getúlio no governo gaúcho, Oswaldo, o Aranha, começou a tecer a sua teia. Juntou um monte de gente insatisfeita com o governo, inclusive militares, e deu um golpe no governo. Seu Gegê tornou-se presidente e mudou de vez para o Rio com toda a família. E é aqui que a nossa história começa de verdade.

Seu Gegê e Amaral Peixoto

Seu Gegê foi presidente pela 1ª vez de 1930 a 1945. Alzirinha, sua filha, era uma de suas aprendizes. A menina era firme e determinada, coisa que enchia o pai de orgulho. Eis que um dia, ela apresenta seu novo namorado, o Ernani, mais conhecido como Amaral Peixoto. Tempos depois, casaram-se.

Em 1937, Seu Gegê decretou o Estado Novo, uma nova ordem de governo onde centralizava mais o poder. Nesse período, nomeou “interventores”, ou seja, governadores dos estados. E quem foi o escolhido para governar o estado do Rio? Amaral Peixoto, o genro. Nada melhor que deixar tudo em casa, não é mesmo?

Amaral Peixoto em uma inauguração. Do lado esquerdo, Alzira Vargas, sua esposa e filha de Getúlio Vargas.

Ah, nessa época, o estado do Rio de Janeiro era o mesmo território de hoje, sem a cidade do Rio de Janeiro. Confuso, né? Já a cidade era, ao mesmo tempo, São Sebastião do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Estado da Guanabara. Aceite.

Amaral Peixoto foi deputado, governador eleito em 51, ministro, embaixador, senador… é, entrou na máquina. Ele também teve uma filha, Celina Vargas do Amaral Peixoto, o fruto da união entre as famílias. Guarde esse nome!

Seu Gegê e Jango

Jango, também conhecido como João Goulart, nasceu em São Borja. Sua família era parceira da família Vargas. Foi Seu Gegê que o incentivou na carreira política. De degrau em degrau, foi crescendo e aparecendo para o Brasil.

Deposto em 45, Seu Gegê voltou eleito em 1951. Com a bandeira do trabalhismo na mão, fundou o PTB, partido trabalhista brasileiro, que na época tinha Jango como presidente. Ministro do Trabalho no governo de Gegê, esteve envolvido no polêmico aumento do salário mínimo em 100%.

Getúlio Vargas ao meio. João Goulart à direita.
Getúlio Vargas ao meio. João Goulart à direita.

Em 1954, Seu Gegê renunciou à vida para entrar na história. O bastão do trabalhismo trocou de mão. Agora, Jango era o responsável.

Numa época em que se elegia diretamente os políticos para vice-presidente, ele foi eleito duas vezes, para os governos JK (1955) e Jânio Quadros (1961). Depois que Jânio, se achando malandro, renunciou e tomou, Jango ficou com a dinamite na mão. No meio do rebuliço, tentaram tirá-lo. Eis que um cidadão, líder do PTB, governador do estado do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, lança a “Campanha da Legalidade”, defendendo a permanência do presidente no cargo.

O nome do cidadão: Leonel Brizola.

Leia o segundo post da série.

Aproveite para ver os vídeos também.

Você acredita que o Gabeira poderia ter ganho eleições majoritárias no Rio? E o Marcelo Freixo? Depois de algum tempo ligando os pontos, resolvi por tudo escrito para ver se essa minha percepção de que no Rio “o poder muda de mão mas não muda de lugar” faz o mínimo sentido.

Seu Gegê, do Rio para o Rio

Era uma vez uma cidadezinha chamada São Borja. Situada no sul do Brasil, ela é “quase argentina”. Fica ali, no extremo oeste do Rio Grande do Sul. Terra boa! Foi lá que nasceu Getúlio Vargas. O Seu Gegê.

Em 1894, o Brasil começou um jogo onde só havia dois jogadores: mineiros e paulistas. Eles eram os donos da bola. Seu Gegê olhava tudo aquilo meio bolado. Tinha um acordo verbal que ninguém podia mexer lá no sul. Mas nunca se sabe, né.

Dinâmica dos fluidos políticos no Rio de Janeiro : as origens gaúchas – Parte 1
Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha (em pé) rumo à capital Rio de Janeiro.

Um belo dia, a bola furou. Os paulistas começaram um novo jogo, só que agora sozinhos. Os mineiros ficaram bem putos! “E agora, o que fazer?” É nessa hora que Seu Gegê entra em ação! Ele, que já era presidente do Rio Grande do Sul, agora seria apoiado pelos mineiros para ser candidato a presidente do Brasil.

Mas… ponto pros paulistas! Julinho eleito presidente. Seu Gegê não conseguiu. Mais do que nunca, o jogo tinha virado. Aquele velho acordo agora corria perigo. Os paulistas não eram bobos, viria retaliação por aí.

Logo após as eleições, um novo trelelê se formava no Brasil. Parceiro de Getúlio no governo gaúcho, Oswaldo, o Aranha, começou a tecer a sua teia. Juntou um monte de gente insatisfeita com o governo, inclusive militares, e deu um golpe no governo. Seu Gegê tornou-se presidente e mudou de vez para o Rio com toda a família. E é aqui que a nossa história começa de verdade.

Seu Gegê e Amaral Peixoto

Seu Gegê foi presidente pela 1ª vez de 1930 a 1945. Alzirinha, sua filha, era uma de suas aprendizes. A menina era firme e determinada, coisa que enchia o pai de orgulho. Eis que um dia, ela apresenta seu novo namorado, o Ernani, mais conhecido como Amaral Peixoto. Tempos depois, casaram-se.

Em 1937, Seu Gegê decretou o Estado Novo, uma nova ordem de governo onde centralizava mais o poder. Nesse período, nomeou “interventores”, ou seja, governadores dos estados. E quem foi o escolhido para governar o estado do Rio? Amaral Peixoto, o genro. Nada melhor que deixar tudo em casa, não é mesmo?

Amaral Peixoto em uma inauguração. Do lado esquerdo, Alzira Vargas, sua esposa e filha de Getúlio Vargas.

Ah, nessa época, o estado do Rio de Janeiro era o mesmo território de hoje, sem a cidade do Rio de Janeiro. Confuso, né? Já a cidade era, ao mesmo tempo, São Sebastião do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Estado da Guanabara. Aceite.

Amaral Peixoto foi deputado, governador eleito em 51, ministro, embaixador, senador… é, entrou na máquina. Ele também teve uma filha, Celina Vargas do Amaral Peixoto, o fruto da união entre as famílias. Guarde esse nome!

Seu Gegê e Jango

Jango, também conhecido como João Goulart, nasceu em São Borja. Sua família era parceira da família Vargas. Foi Seu Gegê que o incentivou na carreira política. De degrau em degrau, foi crescendo e aparecendo para o Brasil.

Deposto em 45, Seu Gegê voltou eleito em 1951. Com a bandeira do trabalhismo na mão, fundou o PTB, partido trabalhista brasileiro, que na época tinha Jango como presidente. Ministro do Trabalho no governo de Gegê, esteve envolvido no polêmico aumento do salário mínimo em 100%.

Getúlio Vargas ao meio. João Goulart à direita.
Getúlio Vargas ao meio. João Goulart à direita.

Em 1954, Seu Gegê renunciou à vida para entrar na história. O bastão do trabalhismo trocou de mão. Agora, Jango era o responsável.

Numa época em que se elegia diretamente os políticos para vice-presidente, ele foi eleito duas vezes, para os governos JK (1955) e Jânio Quadros (1961). Depois que Jânio, se achando malandro, renunciou e tomou, Jango ficou com a dinamite na mão. No meio do rebuliço, tentaram tirá-lo. Eis que um cidadão, líder do PTB, governador do estado do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, lança a “Campanha da Legalidade”, defendendo a permanência do presidente no cargo.

O nome do cidadão: Leonel Brizola.

Leia o segundo post da série.