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Brizola e Marcello Alencar : #3 Dinâmica dos fluidos políticos no Rio

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Brizola e Marcello Alencar : #3 Dinâmica dos fluidos políticos no Rio

E aí, está gostando? Espero que você tenha lido a primeira e a segunda parte dessa “saga”. É fundamental! A história atual é apenas um fruto da semente plantada há anos atrás. Leia a 1ª parte aqui e a 2ª nesse link.

Ninguém é mito sozinho

Neusa Goulart conheceu Brizola através de João Goulart, seu irmão, que junto ao seu futuro esposo era um dos partidários do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).

Seu Gegê, Jango, Brizola. Entendeu?

Nos anos 80, apesar da presença do Brizola, ainda não havia uma “dinastia” consolidada. Afinal, como falei na 2ª parte, um forte concorrente estava no páreo, o sogro do sogro de Seu Gegê, o Sr. Wellington Moreira Franco.

Brizola e Neusa Goulart abraçados a Getúlio Vargas, o Seu Gegê.
Brizola e Neusa Goulart abraçados a Getúlio Vargas, o Seu Gegê.

Sai Moreira. Entra Brizola. Anos 90 começam e ele volta com força total. Foi eleito em 1º turno com mais de 60% dos votos. É importante lembrar que Seu Leonel vinha de uma eleição presidencial, na qual quase foi ao 2º turno com Fernando Collor. Alguns acreditam que se fosse ele, não Lula, ganharia de Fernandinho. Ok! Em história não existe SE.

Ainda hoje é possível ver gente jovem com os olhinhos brilhando por ele, falando mal da Globo… enfim. Esqueçamos os partidos, as posições, porque isso não adianta de nada quando o assunto é VOTO, por mais absurda que essa frase pareça.

A 3ª parte é sobre Marcello Alencar, a primeira baixa significativa do reino brizolista. (Ok! César Maia saiu antes, mas era apenas um deputado.) As próximas histórias serão regidas por uma frase: “Esse estado está pequeno demais para nós 2.”

Brizola e Marcello

Marcello Alencar foi um político da mesma “leva”, mas não do mesmo calibre que Brizola. Foi suplente de senador nos anos 60 e também perdeu seus direitos políticos por conta do AI-5. Em 1982, com anistia e criação de novos partidos, filia-se ao PDT. Por relações que eu realmente não sei quais, torna-se presidente do BANERJ, o antigo banco estatal do Rio de Janeiro. Curiosamente, dois mandatos depois, a presidência do banco é ocupada por outro grande conhecido: César Epitácio Maia.

Marcelo Alencar à esquerda, inaugurando o Sambódromo com Brizola e Darcy Ribeiro.
Marcelo Alencar à esquerda, inaugurando o Sambódromo com Brizola e Darcy Ribeiro.

Em 1983, os prefeitos das capitais ainda eram indicados pelo governador eleito. Dessa forma, Marcello tornou-se prefeito do Rio. Ou seja: Brizola o colocou lá.

Em 1986, Saturnino Braga foi eleito prefeito do Rio pelo PDT. Até ali, tudo em casa. Depois da problemático governo Saturnino, que decretou a falência da cidade, Marcello volta, agora eleito pelo povo, em 1989.

[btx_quote author=”– Marcello Alencar sai do PDT.”] Essa cidade está pequena demais para nós dois! [/btx_quote]

O povo gosta do governo de Marcello. Entretanto, um parênteses: segundo Saturnino Braga, houve um ponto divisor de águas nas administrações pós-1988: a Nova CONSTITUIÇÃO brasileira. Ela regulou as receitas da cidade que tinham sido estouradas por conta de eventos como a saída da capital para Brasília, a intervenção dos militares e a fusão do Rio de Janeiro em 1975.

“Essa cidade está pequena demais para nós dois!” Marcello sai do PDT. Muitos dizem que Brizola gostava de palpitar nos governos. Até mesmo o próprio Saturnino já citou as intervenções dele. O fato é que Alencar quer fazer suas crias e leva seu grupo político para o PSDB.

Marcello Alencar ao lado de Zito (esquerda), eleito em 1997 para prefeito de Duque de Caxias com apoio do ex-governador e importante cabo eleitoral na Baixada Fluminense.
Marcello Alencar ao lado de Zito (esquerda), eleito em 1997 para prefeito de Duque de Caxias com apoio do ex-governador e importante cabo eleitoral na Baixada Fluminense.

Lá, Marcello começa articulações com um garoto novo, mas bem malandrovisk. Você conhece o Serginho? No futuro ele irá tocar o terror.

[btx_quote author=”– Sérgio Cabral Filho”]”Quero ser um novo Marcello sem o Brizola para atrapalhar.”[/btx_quote]

Em 1992, Marcello Alencar não elege Sérgio Cabral como seu sucessor na prefeitura. Que pena! Cabral já se posicionava como um anti-brizolista, tanto que seu slogan na campanha era Quero ser um novo Marcello sem o Brizola para atrapalhar. Em 94, ele volta como governador ganhando de um político radialista que tinha sido prefeito de Campos.

Sempre juntos quando necessário! Campanha pelos royaltes do Petróleo no Rio de Janeiro. Garotinho, Marcello Alencar, Rosinha, Luis Paulo e Clarissa.

Em setembro de 1994, um detalhe quase fatal: o candidato Anthony Garotinho sofre um acidente de carro em plena campanha eleitoral. Os dois vão para o 2º turno, mas Marcello, além da saúde, tem algo chamado Plano Real vindo colado ao PSDB com toda força. Resultado: Eleito!

Com 73 anos, Marcello Alencar não concorreu à reeleição em 98, nem elegeu seu vice e indicado, Luiz Paulo.

Enquanto isso, nas eleições seguintes, Sérgio Cabral, chancelado por Marcello e seu partido, perderia a eleição de 1996 para prefeito, novamente para César Maia, quer dizer, para Luiz Paulo Conde.

Garotinho (governador) e César Maia (prefeito) no carnaval de 2001.

O próximo capítulo merece atenção especial. Anos após a fusão do Rio de Janeiro, duas disseminações da dinastia brizolista batalham entre si. Garotinho e Maia, a nova ordem.

Confira a parte 4 da série Dinâmica dos Fluidos Políticos do Rio de Janeiro

Aproveite para ver os vídeos também.

E aí, está gostando? Espero que você tenha lido a primeira e a segunda parte dessa “saga”. É fundamental! A história atual é apenas um fruto da semente plantada há anos atrás. Leia a 1ª parte aqui e a 2ª nesse link.

Ninguém é mito sozinho

Neusa Goulart conheceu Brizola através de João Goulart, seu irmão, que junto ao seu futuro esposo era um dos partidários do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).

Seu Gegê, Jango, Brizola. Entendeu?

Nos anos 80, apesar da presença do Brizola, ainda não havia uma “dinastia” consolidada. Afinal, como falei na 2ª parte, um forte concorrente estava no páreo, o sogro do sogro de Seu Gegê, o Sr. Wellington Moreira Franco.

Brizola e Neusa Goulart abraçados a Getúlio Vargas, o Seu Gegê.
Brizola e Neusa Goulart abraçados a Getúlio Vargas, o Seu Gegê.

Sai Moreira. Entra Brizola. Anos 90 começam e ele volta com força total. Foi eleito em 1º turno com mais de 60% dos votos. É importante lembrar que Seu Leonel vinha de uma eleição presidencial, na qual quase foi ao 2º turno com Fernando Collor. Alguns acreditam que se fosse ele, não Lula, ganharia de Fernandinho. Ok! Em história não existe SE.

Ainda hoje é possível ver gente jovem com os olhinhos brilhando por ele, falando mal da Globo… enfim. Esqueçamos os partidos, as posições, porque isso não adianta de nada quando o assunto é VOTO, por mais absurda que essa frase pareça.

A 3ª parte é sobre Marcello Alencar, a primeira baixa significativa do reino brizolista. (Ok! César Maia saiu antes, mas era apenas um deputado.) As próximas histórias serão regidas por uma frase: “Esse estado está pequeno demais para nós 2.”

Brizola e Marcello

Marcello Alencar foi um político da mesma “leva”, mas não do mesmo calibre que Brizola. Foi suplente de senador nos anos 60 e também perdeu seus direitos políticos por conta do AI-5. Em 1982, com anistia e criação de novos partidos, filia-se ao PDT. Por relações que eu realmente não sei quais, torna-se presidente do BANERJ, o antigo banco estatal do Rio de Janeiro. Curiosamente, dois mandatos depois, a presidência do banco é ocupada por outro grande conhecido: César Epitácio Maia.

Marcelo Alencar à esquerda, inaugurando o Sambódromo com Brizola e Darcy Ribeiro.
Marcelo Alencar à esquerda, inaugurando o Sambódromo com Brizola e Darcy Ribeiro.

Em 1983, os prefeitos das capitais ainda eram indicados pelo governador eleito. Dessa forma, Marcello tornou-se prefeito do Rio. Ou seja: Brizola o colocou lá.

Em 1986, Saturnino Braga foi eleito prefeito do Rio pelo PDT. Até ali, tudo em casa. Depois da problemático governo Saturnino, que decretou a falência da cidade, Marcello volta, agora eleito pelo povo, em 1989.

[btx_quote author=”– Marcello Alencar sai do PDT.”] Essa cidade está pequena demais para nós dois! [/btx_quote]

O povo gosta do governo de Marcello. Entretanto, um parênteses: segundo Saturnino Braga, houve um ponto divisor de águas nas administrações pós-1988: a Nova CONSTITUIÇÃO brasileira. Ela regulou as receitas da cidade que tinham sido estouradas por conta de eventos como a saída da capital para Brasília, a intervenção dos militares e a fusão do Rio de Janeiro em 1975.

“Essa cidade está pequena demais para nós dois!” Marcello sai do PDT. Muitos dizem que Brizola gostava de palpitar nos governos. Até mesmo o próprio Saturnino já citou as intervenções dele. O fato é que Alencar quer fazer suas crias e leva seu grupo político para o PSDB.

Marcello Alencar ao lado de Zito (esquerda), eleito em 1997 para prefeito de Duque de Caxias com apoio do ex-governador e importante cabo eleitoral na Baixada Fluminense.
Marcello Alencar ao lado de Zito (esquerda), eleito em 1997 para prefeito de Duque de Caxias com apoio do ex-governador e importante cabo eleitoral na Baixada Fluminense.

Lá, Marcello começa articulações com um garoto novo, mas bem malandrovisk. Você conhece o Serginho? No futuro ele irá tocar o terror.

[btx_quote author=”– Sérgio Cabral Filho”]”Quero ser um novo Marcello sem o Brizola para atrapalhar.”[/btx_quote]

Em 1992, Marcello Alencar não elege Sérgio Cabral como seu sucessor na prefeitura. Que pena! Cabral já se posicionava como um anti-brizolista, tanto que seu slogan na campanha era Quero ser um novo Marcello sem o Brizola para atrapalhar. Em 94, ele volta como governador ganhando de um político radialista que tinha sido prefeito de Campos.

Sempre juntos quando necessário! Campanha pelos royaltes do Petróleo no Rio de Janeiro. Garotinho, Marcello Alencar, Rosinha, Luis Paulo e Clarissa.

Em setembro de 1994, um detalhe quase fatal: o candidato Anthony Garotinho sofre um acidente de carro em plena campanha eleitoral. Os dois vão para o 2º turno, mas Marcello, além da saúde, tem algo chamado Plano Real vindo colado ao PSDB com toda força. Resultado: Eleito!

Com 73 anos, Marcello Alencar não concorreu à reeleição em 98, nem elegeu seu vice e indicado, Luiz Paulo.

Enquanto isso, nas eleições seguintes, Sérgio Cabral, chancelado por Marcello e seu partido, perderia a eleição de 1996 para prefeito, novamente para César Maia, quer dizer, para Luiz Paulo Conde.

Garotinho (governador) e César Maia (prefeito) no carnaval de 2001.

O próximo capítulo merece atenção especial. Anos após a fusão do Rio de Janeiro, duas disseminações da dinastia brizolista batalham entre si. Garotinho e Maia, a nova ordem.

Confira a parte 4 da série Dinâmica dos Fluidos Políticos do Rio de Janeiro