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Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Soluções digitais para instituições e marketing político.

Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Estive um pouco “enjoado” de samba nos últimos tempos. Talvez, não do samba, mas dos ambientes que se dizem “de samba”. A quantidade de “sambinhas’, com muita gente fingindo que toca, fingindo que samba e fingindo que curte, estavam me fazendo mal. Não consigo fingir que gosto, logo personalizo o sujeito chato. E pra não ser chato, parei de ir a tudo quanto é evento que falam que terá o “bendito sambinha”.

Por outro lado, este ano foi o momento que voltei a tocar. Nesse processo, ficou claro um dos problema dos “sambinhas”: mão-de-obra. Por todos os lados, a “força de trabalho” do samba está escasseando. Por conta do São Bloco, tivemos um encontro com o grande Mestre Ciça, atualmente na União da Ilha, que nos deu a seguinte declaração: “Muito mestre de bateria finge que tá bom. Mas a qualidade de bateria caiu muito.” Há dois anos atrás, o Laíla, diretor de carnaval da Beija-Flor, disse que “as autoridades precisam entender o carnaval como evento cultural, e não só turístico”. Diferente daquele papinho do “meu tempo era melhor”, esses profissionais com anos de samba sabem o que estão falando. O motivo é simples: mesmo com o dinheiro entrando por todos os lados, o material humano, identificado com o ritmo, é escasso e difícil de ser formado.

Apesar de haver muita gente boa tocando por aí, percebi que meu ouvido não estava de todo errado. Se nas escolas, a fonte, o trabalho já é difícil, imagina fora delas.

 

Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Escola que tem “chão”. Quadra da GRES Grande Rio, Duque de Caxias, em 2014. A comunidade tem o samba na ponta da língua.

 

Somando forças com amigos, resolvi comprar esse barulho e contribuir nessa formação. Montamos a Oficina de Ritmos do São Bloco, com técnicas e prática em grupo de instrumentos característicos de uma bateria de escola de samba, como repique, surdo, caixa, chocalho e tamborim. O objetivo não é profissionalizar, mas aguçar os ouvidos com um pouco de educação musical. O modelo, que já funciona em vários outros grupos, como o próprio Monobloco (uma referência para todos), ainda está concentrado em lugares determinados, com um preço pouco convitativo para muitos. Ser gratuito e em São Gonçalo é um desafio e tanto. Entretanto, é preciso entender que não é, necessariamente, um “projeto social”, e sim humano, para todas as idades, crenças e vontades.

Mas, é aquela coisa: se você quer escrever uma boa história, primeiro encontre seu mestre, seus mentores. E assim estamos, buscando os Mestres de Bateria das escolas de samba do Rio de Janeiro. É preciso ir “na fonte” para compreender a relação deles com o ritmo. Junto ao André Churros, um dos mestres no São Bloco e que está à frente das câmeras, estamos entrevistando-os, materializando esse conteúdo importante para quem ama o ritmo, como nós.

Trocar uma ideia com os regentes dessas orquestras chamadas Bateria de Escola de Samba, e poder compartilhar isso com as pessoas, é algo único. Hoje, no dia do samba, agradeço por ter nascido num lugar onde há baterias ensaiando nas ruas, blocos e um carnaval culturalmente rico e desejado por muitos no mundo inteiro.

 

Mestre Marcão – Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Mestre Marcão, mestre de bateria do Salgueiro. Um dos expoentes do carnaval carioca entrevistado do “Papo de Ritmo” do São Bloco.

Em janeiro, te mando em primeira mão. Se preferir, curta o São Bloco. Até mais!

Aproveite para ver os vídeos também.

Estive um pouco “enjoado” de samba nos últimos tempos. Talvez, não do samba, mas dos ambientes que se dizem “de samba”. A quantidade de “sambinhas’, com muita gente fingindo que toca, fingindo que samba e fingindo que curte, estavam me fazendo mal. Não consigo fingir que gosto, logo personalizo o sujeito chato. E pra não ser chato, parei de ir a tudo quanto é evento que falam que terá o “bendito sambinha”.

Por outro lado, este ano foi o momento que voltei a tocar. Nesse processo, ficou claro um dos problema dos “sambinhas”: mão-de-obra. Por todos os lados, a “força de trabalho” do samba está escasseando. Por conta do São Bloco, tivemos um encontro com o grande Mestre Ciça, atualmente na União da Ilha, que nos deu a seguinte declaração: “Muito mestre de bateria finge que tá bom. Mas a qualidade de bateria caiu muito.” Há dois anos atrás, o Laíla, diretor de carnaval da Beija-Flor, disse que “as autoridades precisam entender o carnaval como evento cultural, e não só turístico”. Diferente daquele papinho do “meu tempo era melhor”, esses profissionais com anos de samba sabem o que estão falando. O motivo é simples: mesmo com o dinheiro entrando por todos os lados, o material humano, identificado com o ritmo, é escasso e difícil de ser formado.

Apesar de haver muita gente boa tocando por aí, percebi que meu ouvido não estava de todo errado. Se nas escolas, a fonte, o trabalho já é difícil, imagina fora delas.

 

Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Escola que tem “chão”. Quadra da GRES Grande Rio, Duque de Caxias, em 2014. A comunidade tem o samba na ponta da língua.

 

Somando forças com amigos, resolvi comprar esse barulho e contribuir nessa formação. Montamos a Oficina de Ritmos do São Bloco, com técnicas e prática em grupo de instrumentos característicos de uma bateria de escola de samba, como repique, surdo, caixa, chocalho e tamborim. O objetivo não é profissionalizar, mas aguçar os ouvidos com um pouco de educação musical. O modelo, que já funciona em vários outros grupos, como o próprio Monobloco (uma referência para todos), ainda está concentrado em lugares determinados, com um preço pouco convitativo para muitos. Ser gratuito e em São Gonçalo é um desafio e tanto. Entretanto, é preciso entender que não é, necessariamente, um “projeto social”, e sim humano, para todas as idades, crenças e vontades.

Mas, é aquela coisa: se você quer escrever uma boa história, primeiro encontre seu mestre, seus mentores. E assim estamos, buscando os Mestres de Bateria das escolas de samba do Rio de Janeiro. É preciso ir “na fonte” para compreender a relação deles com o ritmo. Junto ao André Churros, um dos mestres no São Bloco e que está à frente das câmeras, estamos entrevistando-os, materializando esse conteúdo importante para quem ama o ritmo, como nós.

Trocar uma ideia com os regentes dessas orquestras chamadas Bateria de Escola de Samba, e poder compartilhar isso com as pessoas, é algo único. Hoje, no dia do samba, agradeço por ter nascido num lugar onde há baterias ensaiando nas ruas, blocos e um carnaval culturalmente rico e desejado por muitos no mundo inteiro.

 

Mestre Marcão – Ao encontro dos regentes do carnaval: os mestres de bateria

Mestre Marcão, mestre de bateria do Salgueiro. Um dos expoentes do carnaval carioca entrevistado do “Papo de Ritmo” do São Bloco.

Em janeiro, te mando em primeira mão. Se preferir, curta o São Bloco. Até mais!